Osvaldo e Gisele
A arte nos deixa mais fortes

-- O momento é de perplexidade, pois tudo com que a gente estava acostumado está distante. Este show digital é uma forma nova de encarar a situação e tentar superar o isolamento.
A afirmação é do violonista e cantor Osvaldo Sá, na noite de 16 de março de 2021, após gravação para o Projeto ARTE NA PRAÇA, ao lado da cantora Gisele Elvas, sua parceira de muitos anos.
O artista, apesar de lamentar os transtornos impostos a sua classe pela pandemia, lembra que a arte o deixa mais forte e melhora os ânimos das pessoas para encarar a situação.
Osvaldo, 64 anos, afirma que possui uma grande família musical, no DF, mas se confessa apreensivo com as baixas que a pandemia tem imposto ao seu círculo de convivência.
“Cheguei a me emocionar, no final do show, ao lembrar das subtrações que tenho sofrido, mas estou no acolhimento de casa, em oração, esperando esta tempestade passar, pra gente começar uma nova era”, resigna-se o músico.
O músico, apesar de tudo, confessa-se motivado e tem grandes planos para o final do ano, quando acredita que a vacina já tenha trazido seus benefícios e afastado o fantasma do coronavírus.
“Temos planos para apresentações no DF, em outros estados e também estamos estudando propostas para apresentações na Holanda, onde a MPB é muito apreciada. Aliás, como em toda a Europa”, revela.
O músico, que já se apresentou no ARTE NA PRAÇA, em 2019, vê com bons olhos a volta do projeto e até sugere sua ampliação. Ele afirma que a Artise (responsável pelo projeto, juntamente com a Secec/GDF) é uma entidade séria e tem gerido o ARTE NA PRAÇA com competência e transparência.
“Os recursos chegam diretamente nas mãos dos artistas. Só gostaria que o governo ampliasse o projeto para todo o DF, para alcançar todos os artistas, que deveriam se filiar à entidade. A Artise nos acolhe bem, tem apuro técnico e deve crescer para todo o DF. Parabéns,” finaliza o músico.
Já a parceira de Osvaldo Sá, a cantora Gisele Elvas, refinada intérprete de MPB, revela que está vivendo um ”mix” de sentimentos, nesta pandemia.
“Eu misturo saudade, com outras sensações, mas tá muito difícil pra nós, músicos. Eu não saio mais pra cantar. Fico em casa, tentando atualizar o repertório, mas é estranho, com tudo fechado”, confessa.
No show, que foi ao ar pelo canal da Artise no YouTube (https://www.youtube.com/channel/UCouZshbHSmeEEoGc2rtyWag), dia 25/03, Gisele interpretou músicas que ela chama de as queridinhas da MPB, como O mundo é um moinho, de Cartola; Ainda Bem (Marisa Monte/Arnaldo Antunes), que está entre suas top10; e Samurai (Djavan).
Ela também passeou pelo rock dos anos 80/90 dos Paralamas e chegou a Evidências (José Augusto/Paulo Sérgio Valle), que a cantora chama de “um hino do sertanejo”, devido à gravação da dupla Chitãozinho e Xororó, em 1990, que alcançou enorme sucesso.
Gisele afirma que “música boa não cai de moda”, referindo-se à MPB tradicional e lamentando o estrago que os “proibidões” têm feito na cabeça de muito jovens. Contra este mal, ela recomenda, às novas gerações, a música da carioquinha Giulia Be, autora de Menina Solta.
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