7h é muito cedo? Mães do DF querem atrasar início das aulas
Inspiradas no movimento norte-americano Start School Later, elas propõem que as aulas do ensino médio comecem às 8h30
m grupo de mães do Distrito Federal está se mobilizando para reivindicar que as aulas do ensino médio comecem a partir das 8h30. Hoje, na maioria das escolas, as classes iniciam às 7h ou às 7h30 para os estudantes do 1º, 2º e 3º anos.
As mães do DF se inspiram em um movimento norte-americano chamado Start School Later (algo como Comece as Aulas Mais Tarde), que, recentemente, obteve conquista de peso: que Califórnia aprovasse uma lei proibindo que as aulas começassem antes das 8h para o ensino fundamental e antes das 8h30 para o ensino médio.
Representante do grupo de mães, a servidora pública Virgínia Nogueira, 48 anos, conta que tudo começou com a percepção de que, às 7h30, quando seus dois filhos, com idades de 10 e de 15 anos, entram na escola ainda não estão totalmente despertos. Ao pesquisar sobre o assunto, descobriu dados científicos mostrando que acordar tão cedo não é saudável para os estudantes. “O tema já foi pesquisado e, de fato, o rendimento escolar cresce quando os alunos têm um sono de melhor qualidade”, afirma.
Em seguida, Virgínia lançou uma pesquisa na internet por meio de um aplicativo, que foi respondida por 846 pessoas. Dessas, 92% disseram que o horário de 7h deixa os filhos com sinais de cansaço e exaustão pelo resto do dia e 74,5% afirmaram que a melhor solução seria começar as aulas às 8h30. “É claro que estamos enfrentamos muito preconceito, somos chamadas de preguiçosas, acusadas de não saber como lidar com nossos filhos. Mas estamos tentando alterar uma convenção e os resultados do estudo nos deram confiança de que o problema não é particular”, completa. A pesquisa pode ser respondida aqui.
Os argumentos do grupo de mães sensibilizaram a rede COC. A unidade do Sudoeste – que será inaugurada no ano que vem – terá o horário de 8h20 para o início das aulas do ensino médio. “Os adolescentes não conseguem dormir cedo por questões hormonais e, por causa disso, vamos experimentar o novo horário”, relata Wilma Salviano, diretora das unidades do COC Sudoeste, Brazlândia e Jardim Botânico. A ideia é sensibilizar os pais das outras unidades para que o horário também seja alterado.